"Os  depoimentos de filhos adotivos mostram que a 'revelação' tem  compreensão diferente em diferentes estágios do seu desenvolvimentoo, e  portanto, A HISTÓRIA DA ADOÇÃO DEVE SER CONTADA EM DIVERSOS MOMENTOS, EM DIFERENTES IDADES DA CRIANÇA,  mas quanto mais cedo isso ocorrer, mais facilmente será incorporado  como uma situação 'natural' e não um tipo de transgressão à ordem  (biológica e cultural) vigente. Um depoimento de uma mãe adotiva, feito  em um congresso da área, revelou essa falta de conhecimento da adoção e  processo de desenvolvimento de uma criança: ' Eu não sei o que fazer com  a minha filha. Hoje ela tem 15 anos e está muito revoltada porque é  adotada. Eu contei para ela, quando ela tinha 5 anos, mas ela  esqueceu!'"
"Para  Neuburger, é injusto e inexato dizer para uma criança que ela É uma  criança 'adotada', pois isso qualifica uma natureza particular de  ligações que a obrigará a uma eterna obrigação de justificar o seu  comportamento por uma conduta diferente, pois não é uma criança como as  outras. Toda criança, qualquer que seja o modo de procriação, entra em  uma família por um ato civil. Em vez de rotular a criança com uma criança adotada, é lícito e legítimo ensinar-lhe que ELA ENTROU NESSA FAMÍLIA POR ADOÇÃO,  família esta que, por vezes, foi constituída com a sua chegada. Neste  sentido, a contingência que permitiu sua entrada na família foi a  adoção, mas agora essa criança é tão filha (o) dos seus pais adotivos  quanto as crianças que entraram em uma família através da procriação."
"Não apenas o revelar, mas O QUÊ FALAR PARA O FILHO SOBRE A ADOÇÃO TAMBÉM É EXTREMAMENTE IMPORTANTE.  Melina afirma que não se deve falar que a 'criança foi escolhida'. Isso  pode levar a criança a pensar que se ela foi escolhida, um enorme  contingente de outras crianças foi deixado de lado, e essa é uma imagem  impossível de conviver, pois leva ao pensamento de que se ele foi  escolhido é porque ele é perfeito e ele não seria escolhido se tivesse  mostrado alguma imperfeição. Na verdade, parece que é preciso  aproximar-se o máximo possível da situação real e da motivação para a  adoção e afirmar que não somente a criança estava em uma situação  difícil: os pais também estavam porque queriam muito um filho que não  conseguiam ter. Esse ponto de vista, especial para pais adotivos  inférteis, faz com que eles não fiquem sempre com a imagem de salvadores  da criança e os filhos, com a gratidão eterna..."                
Do livro Pais e filhos por adoção no Brasil  da Lidia Weber 
 
Segundo Rosas (2009): “mesmo que aparentemente a criança não compreenda o significado das palavras é importante falar as palavras, “adoção”, “adotado”, “adotivo” porque ela irá escutar e mais tarde entenderá o seu significado. A criança, com o tempo, perguntará de onde ela veio”.
ResponderExcluirO melhor é tratar desde cedo da questão, da forma mais natural e segura possível. À medida em que a criança vai formulando algum grau de entendimento das coisas, deve ir tomando conhecimento de que é filho adotivo.
Nossa reunião foi muito legal. A Roberta, psicóloga, fez uma fala ótima e nos deu muitos toques importantes sobre esse assunto!
ResponderExcluirAdorei! =)