GEAAFA NO FACEBOOK....

domingo, 28 de agosto de 2011

O GOSTOSO DESAFIO DE AMAMENTAR O FILHO ADOTADO

Isto mesmo que vocês estão pensando, uma mãe que acaba de adotar um recém-nascido pode tentar amamentá-lo, caso deseje, esteja disponível e tenha apoio de profissional de saúde capacitado na técnica de "lactação adotiva" ou de "indução ao aleitamento materno".

Mesmo sem o estímulo prévio dos hormônios da gestação, uma mulher pode chegar a produzir leite através do método para a reindução da lactação. Este processo exige grande motivação por parte da recém mãe e apoio profissional constante. Este esforço é amplamente recompensado ao oferecer à mãe adotiva a grata experiência de amamentar seu filho, não sendo mesmo difícil chegar ao aleitamento exclusivo.

Na mulher com a amamentação induzida, a mama não experimenta as transformações mamárias próprias da gestação, o que resulta um mamilo não pigmentado, mais sensível, podendo irritar-se facilmente. O ideal, então é que este mamilo e esta aréola sejam preparados com exercícios e banhos de sol. No caso da nova mãe haver amamentado antes, pode-se observar a presença de leite já nos primeiros 7 dias; se é sua primeira experiência, este aparece em geral durante a segunda semana, dependendo de quantas vezes o lactente é colocado ao seio para estimulá-lo. Nas mães adotivas a produção de leite segue aumentando ainda até o sexto mês. A maioria destas mulheres consegue amamentar seus filhos adotivos com seu leite pelo menos a metade das suas necessidades. Na lactação adotiva, o essencial para produzir leite, é o estímulo freqüente da mama, que pode aumentar com a ordenha manual ou pelo emprego de adequadas bombas elétricas de extração. O estímulo da sucção aumenta os níveis de Ocitocina e Prolactina na mulher e como efeito secundário podem ser observadas irregularidades ou ausência de menstruação, o que comprova que o processo está indo bem. Usamos alguns medicamentos que aumentam a prolactina como os antagonistas da Dopamina - Fator de Inibição da Prolactina. Também temos uma boa experiência com algumas substâncias homeopáticas.

A dificuldade deste processo não é a recuperação da produção de leite, senão conseguir que o lactente succione de uma mama sem leite. Com este objetivo pode-se gotejar leite sobre a região da aréola quando o lactente inicia a amamentação por meio de um conta-gotas. Outra possibilidade, melhor, é oferecer leite por meio de uma sonda que por um lado está conectada a um recipiente com leite e sua outra extremidade é introduzida na boca do lactente junto com o mamilo, de tal maneira que ao mamar, o lactente obtém leite da sonda e por sua vez desencadeia os reflexos de produção e ejeção do leite. Há suplementadores importados e caros no comércio, porém podem ser montados facilmente com um copo comum e uma sonda (oro ou naso gástrica) fina ou um finíssimo tubo de plástico.

Nestes casos devem-se controlar de forma periódica, as evacuações, diurese e o peso do lactente, para reduzir o suplemento de forma progressiva até suspendê-lo quando a mãe recupere sua produção de leite.

É fundamental que as mães adotivas aumentem sua ingestão calórica, já que elas não contam com a reserva de gordura que a puérpera geralmente apresenta, para cobrir os requerimentos energéticos da produção de leite.

Vale à pena tentar!

(matéria escrita pelo Dr. Marcus Renato de Carvalho do Rio de Janeiro, coordenador da Clínica Interdisciplina de Apoio à Amamentação)

GRATIDÃO

Escrito por: Renata Palombo

Muitas pessoas já olharam para os meus filhos e disseram:

"Que sorte a deles! O que seria da vida deles sem vocês? Onde estariam?"

Geralmente estas falas veem acompanhadas de admiração como se estivessem sugerindo que num "ato heróico" nós os salvamos de um futuro fadado ao fracasso.

Acho que é inevitável pensarem isso. Confesso que eu mesma já pensei nisso algumas vezes, mas na verdade, acreditar nisso seria pura PRETENÇÃO!

Seria acreditar que eu e meu marido somos as melhores e mais bem preparadas pessoas para ter filhos.

Seria acreditar que temos poder para transformar as piores possibilidades de futuro em sucesso absoluto.

Seria acreditar que pelo nosso "ato heróico" nossos filhos nos deverão gratidão eterna.

Todos sabemos que nada disso é verdade!

Somos falhos! Nada do que fizermos garantirá um futuro de sucesso absoluto! E meus filhos não nos devem gratidão!

É bem verdade que eu espero gratidão deles SIM! Seria hipócrita se dissesse que não espero! Mas que fique claro que isso é o que eu espero e não o que eles me devem. Isso não é uma dívida! Eu espero gratidão porque sou MÃE e mães esperam gratidão.

Alguma mãe não espera gratidão de seus filhos? Alguma mãe não sofre quando o filho fala que não pediu para nascer ou quando manifesta desejo de ir embora de casa só porque não pode assistir o que quer na TV? Alguma mãe não sente o coração doer quando numa forma infantil de protestar o filho fala que gosta mais da avó ou que preferia ser filho da mãe do amigo? Alguma mãe não sofre quando o filho reclama da comida, da roupa, da arrumação ou de qualquer outra coisas que tenha sido feita com todo carinho?

Eu também sofro com os "lapsos" de ingratidão deles. Odeio passar por esses momentos. Mas isso vem no pacote de SER MÃE e vamos descobrindo "as duras penas".

Será que alguém já olhou para minha família e pensou sobre o que seria da gente se não os tivessemos como filhos? Como seríamos? O que estaríamos fazendo?

Eu nao sei o que seria das nossas vidas se não nos tivéssemos. Talvez seríamos mais felizes, talvez não. Talvez teríamos menos amor, talvez mais. Talvez encontrassemos outras pessoas, talvez ficaríamos sozinhos para sempre. Quem vai saber qual seria o futuro de uma história que não aconteceu?

O fato é que ninguém DEVE nada a ninguém. Nós escolhemos este caminho.

Pensando bem, acho que há sim uma dívida de gratidão. É a GRATIDÃO a Deus por ter cruzado nossos caminhos.

Obrigada Senhor!!!

MATERNIDADE X MATERNAGEM

 
Gostaria de distinguir maternidade de maternagem.

         Embora em grande parte das situações elas “andem” juntas e são indissociáveis, elas são coisas distintas. A maternidade é o processo biológico de tornar-se mãe. É caracterizada pelo laço sanguíneo que une mãe e filho. Já a maternagem não tem como suporte a condição biológica, e nem mesmo o gênero, mas está amparada no afeto e no profundo desejo de cuidar.

         A maternidade é uma condição física, nem sempre uma opção, mas a MATERNAGEM É SEMPRE UMA ESCOLHA, mesmo que posterior, uma decisão de dedicação por amor.

        Gerar, gestar e parir é maternidade. Cuidar, amar, proteger, doar, ensinar é maternagem. Maternidade é instinto, Maternagem é aprendizado.

        A maternagem é o útero das relações humanas.

        É possível ser MÃE sem a maternidade, mas não é possível ser MÃE sem a maternagem. No nascimento biológico ocorre a separação física entre a mãe e o bebê, porém somente a ligação afetiva, íntima entre os dois é o que legitimará (de fato) a filiação para toda a vida.  (Por Renata Palombo)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

GEAAFA agora tem site!!!

Finalmente estamos lançando o nosso site!!! Mais uma importante etapa na construção deste grupo tão importante para a sociedade. 


Deixe um comentário com sua opinião/sugestão...


sábado, 20 de agosto de 2011

FILHO IDEAL X FILHO POSSÍVEL

Reclamamos tantos dos preconceitos sociais ou quando sofremos com o preconceito de outras pessoas, mas não pensamos que temos as nossas velhas e ultrapassadas convicções, que caducaram há muitos anos. Quando falamos de relacionamento humano, pensamos logo em relações delicadas, cheias de complexidades.

O relacionamento de pais e filhos, sejam eles biológicos ou adotivos, são cheios de significados, dificuldades, sensações e entraves emocionais, relacionamentos que também são recheados de muito amor e mágoa. Mas algumas pessoas insistem em levar adiante discursos preconceituosos, egoístas e levianos em relação a adoção por ter conhecido um ou dois casos de famíllias adotivas que estavam tendo conflitos e muitas vezes conflitos que acontecem em qualquer família, mas insistem em colocar a responsabilidade do problema na adoção, ou pior ainda, no filho adotivo, como se a resposta do conflito fosse tão simplista, estivesse focada numa pessoa ou num só aspecto.

Por falta de estudos na área e conhecimento, as pessoas tendem a generalizar. Acaba sendo mais fácil verbalizar e perpetuar o que é negativo, ao invés, de falar dos aspectos positivos ou se abrir para conhecer histórias bem suscedidas. (...)

Ao adotarmos, estamos acolhendo um ser humano, já composto por uma complexa dinâmica psíquica, independente da idade. Quem garante aos adotantes que aquele recém-nascido será uma criança brilhante, otimista, criativa, bem socializada? Nem os pais biológicos têm essa garantia com seus filhos. O bebê já traz memórias desde o últero materno. E quem é que nunca conheceu uma criança que, por maior as dificuldades enfrentadas por ela, era uma criança alegre, carinhosa, receptiva, espirituosa e otimista, capaz de enxergar as melhores nuances de uma situação difícil? Eu já conheci muitas, principalmente em abrigos. (...)

Todos nós influenciamos e somos influenciados a todo instante pelo meio, não importa a idade que temos, isso só irá depender do amor que sentimos, da identificação, do desejo de mudar e não da força ou do controle do outro, que acha que ser deste ou daquele modo é mais correto.

Vejo que a criança, em qualquer estágio de vida, quando é adotada, passa a desejar ser como os novos pais. Às vezes o processo é lento, mas se o amor existe, a família torna-se muito coesa e harmoniosa e a criança adotiva passa a parecer até fisicamente com os novos pais com o passar do tempo.

Lembrem-se, os laços de sangue não são os mais fortes, se fossem não existiriam filhos biológicos abandonados. Tenho certeza que poderemos construir lanços afetivos parentais com qualquer criança, só basta sentir empatia e o desejo de estarmos receptivos ao que ela tem para nos oferecer e isso passa longe de ter a ver com cor, sexo ou idade.(...)

Não é verdade que uma criança com uma faz etária maior, causa mais problemas ou se adapta mais dificilmente quando é adotada. Essas crenças são fantasias nascidas dos preconceitos. Caracteriza-se um dos maiores mitos na adoção. Se fosse assim, crianças que viveram em situação de risco, abandono ou cresceram em abrigos não mereceriam ter uma família? São crianças problemáticas? Menos merecedoras de afeto por terem traumas?
Elas, como todas as outras menores, merecem uma família, são capazes de mudar. E o fato de terem traumas, como todos nós, não as deixam inaptas a estabelecer com sucesso uma relação afetiva verdadeira, baseadas no respeito e no amor. (por Cintia Liana)

O SIGNIFICADO DE UMA ADOÇÃO

Em lugar da frustração de não ter filhos, o casal pode optar pela solução
que é um compromisso de amor.

         A infertilidade pode ser uma das mais difíceis experiências da vida de um casal. Isso porque a dificuldade em gerar um filho ativa fantasias, às vezes, incontroláveis tanto para o homem como para a mulher.
         Para o homem, um filho representa virilidade e força. Já para a mulher, é o símbolo máximo de sua condição feminina. Quando o casal tenta ter filhos e não consegue, essa incapacidade atormenta o relacionamento, a vida sexual, a estima pessoal e o contato com amigos e familiares. Em resumo: coloca o casal em xeque como em nenhum outro momento de sua vida.
         O médico moderno tem condições de ajudar casais inférteis, mas o tratamento é caro, longo e acessível apenas nas grandes cidades do país.
         Para enfrentar essa situação-limite, vale a pena pensar com o coração, levando a sério a possibilidade de adotar uma criança. Afinal, o amor é uma dádiva, um sentimento que se conquista e se transmite. Ninguém nasce amando, o que significa, em outras palavras, que é possível aprender a amar.
         Se o casal decidir pela adoção, estará não apenas firmando um compromisso amoroso como também doando amor a si mesmo.
         Por que se atormentar com a infertilidade, se há sempre uma criança à espera de ser amada?

 Dr Malcom Montgomery é ginecologista e obstetra.

SUGESTÕES DE LIVROS PARA AS CRIANÇAS

:: Literatura Infanto-juvenis
  • A boneca de pano. ALVES, Rubem. São Paulo: Edições Loyola, 1998.
  • Adotar uma estrela. MOSTACCHI, Mássimo. São Paulo: Editora Paulus, 1995.
  • A galinha que criava um ratinho. MACHADO, Ana Maria. São Paulo: Ática, 1999.
  • A história bonitinha de Maria estrelinha. CARVALHO, Márcia Lopes de. São Paulo: Edicon, 1997.
  • A história de Ernesto. O filho adotivo. COMPANY, Mercê. São Paulo: Paulinas, 1994.
  • Amor e Carma - LOPES, Márcia Pereira. São Paulo: Petit, 1996.
  • Conta de novo a história da noite em que eu nasci. CURTIS, Jamie Lee. Rio de Janeiro: Salamandra, 1998;
  • Diário ao Contrário. BARROS, Sônia. São Paulo: Atual, 1997.
  • Em busca de mim. VIEIRA, Isabel. São Paulo: F.T.D, 1990.
  • Esta criança é minha. DENKER, Henry. São Paulo: Mandarin, 1997.
  • Faltava você. BRETERNITZ, Julieta. São Paulo: Mundo Cristão, 1997.
  • Filho adotivo. CARVALHO, Vera Lúcia Marinzeck de - CARLOS, Antônio. São Paulo: Petit, 1993.
  • Fofinho. NORONHA, Teresa. São Paulo: Ática, 1999.
  • História de Paquito - Tornar-se mãe. GILLINI, Mariatereza Zattoni. São Paulo: Paulinas, 1997.
  • História de um segredo. GILLINI, Mariatereza Zattoni. São Paulo: Paulinas, 1999.
  • Irmão negro. CARRASCO, Walcyr. São Paulo: Moderna, 1995.
  • Mamãe: por que não nasci de sua barriga?. DOMINGOS, Maria Salete Rodrigues. Florianópolis: IOESC/Fundação Vida, 1993.
  • Meu nome é esperança. JOSÉ, GANYMÉDES. Rio de Janeiro: Ediouro, 1974.
  • Neco Sol. FONSECA, Leonie Gonçalves da. Petrópolis: Vozes, 1985
  • O livro mágico da bruxinha Nicolau. ESPESCHIT, Rita. São Paulo: Atual, 1998
  • O milagre do amor. AZEVEDO, Maria Alice Penna de. São Paulo: Paulinas, 1989.
  • O pintinho adotivo. DOMINGUES, Márcia Glória Rodrigues. São Paulo: Ed. Do Brasil, 1993.
  • Quem fica com Felipe? MONTEIRO, Ilsa Lima. São Paulo: F.T.D., 1998.
  • Todo mundo tem família. RAMOS, Anna Cláudia - Ana Raquel. Belo Horizonte: Fromato Editora, 2000.
  • Tráfico de anjos. PUNTEL, Luiz. São Paulo: Ática, 1992.
  • Uma dose de amor. SOUTO, Marly Ap. Garcia. São Paulo: Edicon, 1996.
  • Vínculos. GÓES, Lúcia Pimentel. São Paulo: Atual, 1987.

sábado, 13 de agosto de 2011

CAMPANHA ADOÇÃO - LAÇOS DE AMOR

A campanha Adoção – Laços de Amor é uma parceria entre a Assembléia Legislativa de Santa Catarina, o Ministério Público, o Tribunal de Justiça e a OAB-SC e tem por objetivo sensibilizar a população para a adoção tardia. Assista os vídeos:

FAMÍLIA PEREIRA:

Versão para a TV:
http://www.youtube.com/watch?v=gGzSyubzarQ&feature=related

Versão Estendida:
http://www.youtube.com/watch?v=xNwxDvYBDR4&feature=related

Assista, também, às duas versões do filme da FAMÍLIA OSAIDA.

Versão para a TV:
http://www.youtube.com/watch?v=wijv5DPJ9Ik

Versão Estendida:
http://www.youtube.com/watch?v=dWtU6iW1LTU

Mais informações sobre a campanha, através de seu site: http://www.portaladocao.com.br/a-campanha/

INDICAÇÃO DE LEITURA

Este livro, escrito por Hália Pauliv, mãe adotiva e autora de diversas outras obras de sucesso, além de larga experiência como voluntária na área de adoção, nos traz uma gama de informações e esclarecimentos acerca de dúvidas, mitos, orientações e situações das mais diversas e relevantes ligadas ao tema da adoção. Podemos certamente afirmar que é uma das obras mais completas já publicadas, e sem dúvida é uma ótima indicação para quem deseja ou precisa se aprofundar no tema.

Aproveitamos para indicar outras leituras: 

 Adoção, a Família da Flora,  Caroline Caíres Coelho 
Somos Um do Outro, de Todd Parr 
Conversando com Crianças sobre Adoção,  Lilian de Almeida Guimarães Solon 
A Estrelinha Distraída, Halia Pauliv, Ed. Juruá 
Adoção:  o amor faz o mundo girar mais rápido, Halia Pauliv, Ed. Juruá

BOLETIM INFORMATIVO

•  ENCONTRO ESTADUAL DE SANTA CATARINA 
Local: Joinville
Data: 30 e 31 de Ago/2011
Realização: Tribunal de Justiça de Santa Catarina

•  IX ENCONTRO ESTADUAL DE SÃO PAULO
Local: Faculdades Metropolitanas Unidas, FMU Campus
Liberdade, São Paulo/SP
Data: 16 e 17 de Set/2011
Realização: Grupo de Apoio à Adoção de São Paulo
Informações: (11) 3743-7584

•  ENCONTRO ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO
Local: Niterói/RJ
Data: 28 e 29 de Out/2011
Realização: Quintal da Casa de Ana
Informações: (21) 2622-6968 / (21) 2613-2042

•  VII  ENNOAPA:  ENCONTRO  NORTE-NORDESTE DE
ADOÇÃO E  I  ENCONTRO DE  INTEGRAÇÃO DE  ADOÇÃO:
BRASIL-PERU-BOLÍVIA
Local: Rio Branco/ AC
Data: 26 e 27 de Out/2012
Realização: GEAAC: Uma Adoção Consciente
Informações: (68) 9999-5656 / (68) 9976-0161

DEVOLUÇÃO DE UMA CRIANÇA ADOTADA

Muitos pretendentes se preparam para adotar uma criança e fantasiam um filho sonhado. Mas o que existe é uma criança real. Como a realidade não corresponde ao idealizado, devolvem a “criança-objeto”, aquele que é “o filho dos outros”.

A adoção é apenas o processo para se ter um filho. Esta, depois de concluída, será apenas uma etapa dos pais adotantes e do filho adotado. Daí para frente acaba o “filho adotivo” inicia a fase de filho e ponto final.
Alguns pais adotivos levam em consideração a diferença física, o comportamento diferente, a ausência dos laços sanguíneos como fatores determinantes para gerar a hostilidade e a rejeição. É muito mais fácil colocar a culpa da sua incapacidade e irresponsabilidade na criança, que é o ser frágil e que necessita de acolhimento.
Esta criança que já foi abandonada pelos progenitores, (fato diferente de “devolver”), teve o direito de nascer mas tem no seu destino o caminho do abrigamento e possível adoção. Poderá ser amada pelos adotantes mas poderá acontecer um fracasso por parte dos adultos que não lutam pela conquista afetiva.
Os filhos biológicos ou consangüíneos também apresentam dificuldades e os pais não podem “se livrar” deles, expulsá-los de casa. Filhos, sejam gerados pelos pais ou adotados, não tem prazo de validade e não podem ser trocados por apresentarem um possível “defeito” (que todos temos).
As seqüelas ficarão na criança que passa pela devolução. Haverá queda de autoestima, dor, sofrimento, se sentirá rejeitada, incompreendida. O pior que muitos fazem a “devolução” após bom tempo de convivência, machucando sobremaneira aquele que está, muitas vezes, chegando na adolescência. A criança cresce, não é mais dependente e os adultos esquecem que também foram crianças arteiras e adolescentes.
Os adultos que “devolvem“ uma criança deveriam ser juridicamente responsabilizados por tal ato. Sabemos de um caso de devolução em que o jovem desenvolveu “cegueira emocional”. Seus olhos clinicamente perfeitos se negavam a ver o mundo.Tornou-se um cego devido o trauma por que passou.
Pedimos aos adotantes que pensem muito antes de levar uma criança cheia de esperança para casa. É preferível pedir um prazo para pensar melhor, aumentar o período de aproximação e ter certeza no que está fazendo.
Criança não é um brinquedo que é escolhido numa loja e que poderá ser trocado ou devolvido. Nos abrigos não há opções, há pessoinhas cheias de esperança de ter família,de ser amada e respeitada. Criança não é objeto, é GENTE!!!! (

FIQUE POR DENTRO...

Mais de 500 crianças foram adotadas pelo Cadastro Nacional de Adoção (CNA), mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para centralizar e agilizar o processo em todo o país. O dado é do final de junho e se refere apenas às adoções realizadas pelo sistema. O número, portanto, pode ser bem maior se levados em consideração os procedimentos realizados pelos tribunais que não chegaram a ser relatados ao Conselho. 

De acordo com o último levantamento do CNJ, foram adotadas, por meio do cadastro, 534 crianças por um total de 482 pretendentes. Atualmente o número de crianças e adolescentes disponíveis chega a 4.685. A quantidade de interessados em adotar, por sua vez, continua sendo bem maior. São 27.052 pessoas inscritas no CNA. 

Dos inscritos, 24.659 declararam aceitar crianças brancas. Aceitam crianças negras apenas 8.834 dos pretendentes inscritos. Outros 8.754 declararam-se indiferentes à raça. Ainda segundo o levantamento, 22.451 deixaram claro o desejo de adotar crianças com até um ano de idade. A maior parte (22.201) também informou que não deseja adotar irmãos.

Com relação ao perfil das crianças disponíveis, apenas 1.616 é da raça branca. Outras 1.529 possuem irmãos.

(Fonte:
Agência CNJ de Notícias)

sábado, 6 de agosto de 2011

FRASE DA SEMANA

"...Todos os filhos são biológicos e todos os filhos são adotivos. Biológicos, porque essa é a única maneira de existirmos concreta e objetivamente; adotivos, porque é a única forma de sermos verdadeiramente filhos...(Luiz Schettini Filho)"

ADOÇÕES TARDIAS: A HISTÓRIA ANTES DA HISTÓRIA

Os primeiros anos de vida são como os primeiros lances de uma partida de xadrez, eles indicam a orientação e o estilo de toda a partida, mas enquanto não se está em cheque-mate, restam ainda bonitos lances para jogar. (Anna Freud)

Muitas vezes, ao conversar com pessoas que tinham planos de adoção, perguntei se imaginavam adotar um bebê. Candidamente eles respondiam, "não, não é preciso que seja um recém-nascido; a criança pode ter até 6 meses". Pessoas que não podem gerar filhos biológicos, quase sempre imaginam adotar um bebê, para "poder cuidar desde pequenininho; dar mamadeira e trocar fraldas!" E, imaginam que uma criança "mais velha" seja um bebê de até três meses de idade....
Todos nós já sabemos que não é esse o perfil de crianças que necessitam de uma adoção, ou seja, a maioria das crianças que estão a espera de uma nova família são crianças com mais idade. Tecnicamente, considera-se uma adoção como "tardia" quando a criança tem idade acima de dois anos. A pesquisa de Weber e Kossobudzki (1996) mostrou que a maioria das crianças que são deixadas nas instituições tem mais de sete anos de idade.
Como conciliar o desejo e a história anterior dessas crianças com a desejo dos adotantes? Será que é possível e viável a adoção de crianças com mais idade, crianças que já têm uma história? De acordo com Andrei (1997), "quanto mais tardia a adoção, mais vivas serão as lembranças do passado e mais enraizadas na sua memória as ilusões, sonhos, desejos e frustrações dos anos de abandono". Andrei afirma que as pessoas imaginam esta adoção em termos ideais. De um lado, a criança adotada extremamente grata e com o coração transbordante de amor represado durante os anos de "solidão"; do outro lado, a família sentindo-se plenamente realizada e recompensada através do seu novo membro. Às vezes, é exatamente essa a situação que ocorre. Às vezes, "o fardo do passado influenciando o comportamento da criança e a surpresa da família diante de manifestações decepcionantes, tornam a adoção mais parecida com um desafio" (Andrei, 1997).
No entanto, as experiências mostram que não é verdade que todas as adoções de crianças maiores sejam problemáticas, mas elas apresentam características especiais, pois, sem dúvida, são diferentes das adoções de bebês.
A principal diferença é que essa criança já possui um passado. E, geralmente, é um passado que contém cicatrizes. De qualquer forma, existiu uma outra relação anterior na vida dessa criança ou adolescente, mesmo que tenha sido uma não-relação, como ocorre com a vida em instituições. A principal questão para os pais, talvez seja, se essa criança conseguirá amá-los e se eles conseguirão amá-la. Já foi dito que, de maneira geral, a criança tem a capacidade de estabelecer vínculos afetivos de maneira mais fácil que os adultos. As crianças mesmo institucionalizadas estão com o seu amor latente... Para compreender e amar esta criança, deve-se ter em mente que não é possível apagar a sua história anterior e, certamente, proporcionar oportunidades para a criança de expressar as suas dores e tristezas, ou até raiva e sentimentos de perda. O maior medo de uma criança adotada tardiamente é "ser devolvida", é "voltar novamente para a instituição". Às vezes, essa criança pode ter tanto medo, que em vez de mostrar amor, ela pode fazer tudo ao contrário, pois de maneira não consciente ela pensa: "eu vou ser abandonada novamente, então é melhor não gostar deles".
Alguns depoimentos de filhos adotados com mais de seis anos de idade mostram sentimentos de medo e confusão: "Foi como se a minha vida tivesse virado de cabeça para baixo"; "Foi dramático, chocante, eram duas realidades bem diferentes"; "Eu fiquei assustada"; "Fiquei confusa, tive bastante medo".
Os pais adotivos devem estar preparados para estas reações, até mesmo certa hostilidade inicial, e serem tolerantes em relação a novos hábitos, costumes e sistemas de valores que a criança traz consigo. (...)
Na pesquisa que realizei com filhos adotivos, daqueles que foram adotados com mais de 6 anos, a maioria absoluta revelou que suas vidas melhoraram (93%): "Foi como ganhar na loto"; "Foi infinitamente melhor"; "Fui bem alimentada e pude estudar; "Tive maior estabilidade no emprego; meus pais incentivaram o diálogo"; "Tive pai e mãe".
Parece que, na adoção tardia, os pais devem ter uma capacidade grande de empatia, ou seja, de entender aquela história anterior do seu filho e devem ser também uma espécie de ancoradouro para que a criança ou o adolescente sinta que pode contar essa história, desabafar e até ter raiva dela. A capacidade de qualquer relacionamento familiar, de fato, parece não depender da história anterior dos protagonistas, da aparência física ou da idade, mas da verdadeira capacidade de construir o afeto, com base em trocas e doações.

LÍDIA WEBER - TRECHOS DO LIVRO: Laços de ternura: pesquisas e histórias de adoção

PREPARANDO AS CRIANÇAS PARA SEREM ADOTADAS

POR QUE AS CRIANÇAS ABRIGADAS DEVEM SER PREPARADAS PARA A INSERÇÃO NA FAMÍLIA ADOTIVA?

Há um consenso de que as pessoas que adotam necessitam de preparação para as especificidades da família formadas através da adoção. Maior ênfase se dá ainda, à necessidade de preparação dos adotantes no caso de adoções tardias, ou seja, das adoções de crianças de mais de dois anos de idade. Em eventos ligados a adoção o tema é debatido, assim como, podemos encontrar várias publicações sobre adoção tardia que enfatizam a necessidade de preparação dos futuros pais. 
Os inúmeros e lamentáveis casos de devoluções de crianças são contundentes e inquestionáveis provas dessa necessidade. Embora poucos juizados, abrigos, e grupos de apoio à adoção possuam um programa sistematizado de preparação de habilitados para a adoção tardia, há uma preocupação em preparar, mesmo que precariamente, os futuros pais. Entretanto, pouco se publica, ou mesmo se debate, sobre a necessidade da criança abrigada ser preparada para a inserção na família adotiva, como se o sucesso da formação desse tipo de família dependesse somente do adotante. Talvez esse tipo de pensamento esteja fundado na idéia de que os pais são adultos, e os únicos responsáveis pelo comportamento da criança, e pelo rumo da família, porém, essa perspectiva só tem sentido em termos jurídicos, já que não se apóia na realidade das interações humanas. A adoção tardia é um encontro de imensas expectativas, e na maioria das vezes, de enormes carências também.
Aqui o foco será a necessidade de preparação da criança abrigada, que vemos como importantíssima, e tão mais importante quanto mais idade tenha, e assim, mais história pessoal, e uma bagagem de decepções em sua experiência com o relacionamento humano. Entretanto, é fundamental que essa preparação não se confunda com nenhum tipo de terapia, e que os técnicos responsáveis tenham clareza de seus objetivos, e um roteiro focado em questões pertinentes. Não devem pré-estabelecer que o melhor para a criança ou adolescente é ser adotada por aquela família, um equívoco freqüente, e fazerem um trabalho apressado e carregado de ansiedade, tentando influenciar a criança com o temor de que a família desista da adoção. Essa preparação deve ser feita através de entrevistas individuais com a criança, e em entrevistas em conjunto com os futuros pais e a criança, introduzindo assim, um canal de comunicação e intimidade entre pais e filhos.
Parece-nos que preparar uma criança para adoção, é estimular a reflexão da criança sobre suas expectativas em relação à família com quem irá viver; seus temores e esperanças em relação à nova vida; sobre a família que idealiza e a família real; investigar como percebe as regras familiares e os direitos de cada membro da família; mostrar que na vida em família, adultos e crianças têm obrigações e regras a serem obedecidas. Também consideramos importante que as experiências de separação, e de rupturas tenham um espaço no trabalho a ser desenvolvido com a criança, explorando seus sentimentos de lealdade em relação à família de origem, e de como sente a perda do poder familiar por parte de seus pais biológicos, assim como, seus sentimentos em relação à separação dos amigos, e dos cuidadores do abrigo – o seu lar até então. É através dessas e de outras questões, trabalhadas de acordo com a idade da criança, que a mesma será introduzida, subjetivamente, na vida familiar.
Preparar as crianças abrigadas para a família adotiva é uma atribuição da equipe técnica dos Juizados, e dos Abrigos, cabe aos pais adotivos solicitar e acompanhar a preparação de seus filhos, com a consciência de que o sucesso na formação de uma família através de uma adoção tardia está fundamentado no amor, mas que somente amor e boas intenções, não bastam.

Fonte: GRUPO DE APOIO À FAMÍLIA E À ADOÇÃO DE PETRÓPOLIS

O QUE É ADOTAR?

Adotar é... Adotar não é apenas um ato de amor; Adotar não é apenas um ato de coragem. 
Adotar é superar preconceitos; Adotar é vencer barreiras; Adotar é mudar mentalidades; 
Adotar é ter uma nova percepção do mundo; Adotar é a capacidade de libertar os nossos espíritos,e nos deixar ser adotados pelas nossas crianças e adolescentes que precisam de um lar.       
(Marta Marília Tonin)

E PARA VOCÊ, O QUE É ADOTAR?
DEIXE SEU COMENTÁRIO!

REFLEXÃO PARA OS PAIS

 -ANTES DE TUDO, DÊ O EXEMPLO.
Crianças aprendem muito imitando os adultos.
Se você faz do jeito errado,como vai querer
que elas façam do jeito certo?
 
-ENSINE A FALAR.
A confiança entre os pais e filhos é base de uma boa educação.
Repreenda sempre que for necessário.
Ao mesmo tempo,valorize quando disserem
a verdade sobre os seus sentimentos e assumirem seus erros.

-APRENDA A OUVIR.
Muitas vezes as crianças falam
e a gente não presta muita atenção.
Fica mais fácil entender seus filhos
quando eles podem se expressar com liberdade.
E quando ouvimos de verdade o que eles têm a dizer.

-ENSINE A DECIDIR.
Desde pequenos,estimule a autonomia
em decisões simples, como o jeito de guardar os brinquedos.
Pode não ficar tão bom, mas com o tempo
eles aprendem.

-APRENDA A RESPEITAR.
Há muitas maneiras de defender a sua opinião.
A pior delas é ofender quem pensa diferente.

-ENSINE COMO ENTENDER.
Crianças querem tudo na hora.
Ao invés de negar e ponto final,
dê a elas o direito de saber as razões daquela resposta.
Você pode educar sem bater.
A educação é uma troca.
Se você tiver paciência para ensinar,
ele saberá como encontrar o seu próprio caminho. 

  
(ESTE TEXTO FOI CEDIDO PELA EQUIPE DO SERVIÇO DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA, ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES - SECRETARIA DE PROMOÇÃO SOCIAL DE PRAIA GRANDE)

RECOMENDE