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domingo, 25 de setembro de 2011
ADOÇÃO: UM ATO DE AMOR
A adoção, mais do que um ato  jurídico, é um ato de amor. É reconhecer no filho(a) gerado por outras  pessoas, nosso filho(a). Para haver adoção é necessário que tenha havido  antes uma situação de abandono e que, por menos sofrimento que tenha  sido para a criança, mexe muito. Essa história anterior não dá pra ser  modificada, mas dá para se construir uma outra história, pontuada de  gestos de solidariedade, respeito, verdade e amor. 
Muitos pais, principalmente por  medo de provocar sofrimento no filho(a), ficam adiando e, às vezes, não  contam que ele é um filho adotivo (segredos exigem omissões e mentiras).  Encare a situação com naturalidade e fale a verdade o quanto antes, não  deixe que seu filho saiba da adoção por terceiros, isso provoca um  sentimento de traição e dor. Aproveite uma situação como a gravidez de  alguém próximo, o nascimento de um bichinho, um filme e conte como ele  chegou à família e como começou a história de amor de vocês. 
Evite falar termos como "filho  do coração", pois, filhos adotivos ou naturais, são sempre do coração.  Ele nasceu da barriga de alguém que não pode criá-lo(a) e que vocês o  escolheram para ser seu filho(a) para o resto da vida.
Cuidado com os mitos
O  mito de que os filhos adotivos nunca serão amados como os filhos  biológicos ou que eles darão problema, cedo ou tarde, é absurdo e  preconceituoso, pois os filhos biológicos também podem apresentar sérios  problemas comportamentais. Tudo que pode acontecer ao filho adotivo,  também pode acontecer ao filho biológico. Mas, a sociedade tende a ser  menos tolerante com as atitudes das crianças adotadas, devido ao  preconceito e à falta de informação. 
Algo que preocupa os  pretendentes à adoção é saber a origem das crianças, saber se elas eram  filhos(as) de prostitutas, marginais, delinqüentes,... pois têm receio  de que essas características possam ser herdadas geneticamente. Estudos  comprovam que "há muito de genética sim, mas nem tanto que não possa ser  modificado pelo meio e pela educação".
A maioria das crianças não  apresenta problemas em decorrência da adoção, e sim em razão da infância  ser um período marcado pelas descobertas e pelos testes de limites,  sendo necessário que os pais funcionem como modelo de autoridade e  estabeleçam, claramente, os limites aceitos pela família. Contudo,  algumas crianças adotivas apresentam dificuldade em aceitar afeto, em  conseqüência de uma história anterior de rejeição, e passam a "aprontar  todas", querendo testar o amor dos pais, mas, na verdade, tudo o que ela  precisa é se sentir acolhida, cuidada e amada para se desenvolver de  forma saudável, como qualquer criança.
Um amor conquistado
Para  ser pai e mãe, não é necessário que se tenha vivido uma gestação  biológica e sim afetiva. Procriar é fisiológico; criar é afetivo. Laços  de sangue não são, necessariamente, os mais fortes. Quantas vezes temos  mais afinidades com amigos do que com membros de nossa própria família? É  a convivência amorosa que gera oportunidade de trocas de afeto, de  carinho, de falar, de ouvir, de acolher e de estimular, de orientar e  promover crescimento. 
Alguns filhos adotivos  manifestam o desejo de conhecer seus "pais biológicos", mas, não se  preocupe, isso não quer dizer que ele não os ame e nem que deseja mudar  de família e sim que deseja conhecer "um pedaço da sua história" para  que elabore o fato de que foi abandonado(a) não por não merecer ser  amado(a) e sim por ter sido gerado em uma família que não teve condições  para criá-lo. É importante que você esteja ao lado do seu filho nesse  momento, pois isso faz parte da construção de uma relação baseada na  verdade, no respeito e no afeto. Afinal, filhos desejados ou escolhidos  serão sempre filhos do amor.
Jornal “O Liberal” - Revista Troppo 
A IDADE DA CRIANÇA COMO FATOR QUE DIFICULTA A ADOÇÃO: REALIDADE OU MITO?

Qual a maior causa de abandono de crianças brasileiras hoje?
Cintia-  Quando eu trabalhava na Vara da Infância e Juventude de Salvador via  que os motivos para uma mãe entregar o seu filho para adoção eram a  falta de estrutura financeira e falta de apoio familiar e do genitor da  criança. Geralmente eram mulheres que já tinham uma história familiar  mal resolvida, eram emocionalmente desorganizadas, desestruturadas e sem  a capacidade de assumir o compromisso de ser mãe, assim como não tinham  uma relação estável com o pai da criança.
Como fica o psicológico de crianças abandonadas, ou mesmo tiradas de suas casas por maus tratos?
Cintia- As  crianças sentem muita dor, não entendem o que está acontecendo de fato e  nem o por quê passam por aquilo, algumas até sentem culpa por se  sentirem o motivo pelo qual a mãe provavelmente será punida, elas  acreditam que pode existir uma punição. Experimentam a dor do desamparo,  medo de ficar sozinhas sem o amor de quem ama e por não entender bem a  dimensão dos fatos.
No sething terapêutico muitas  vezes não gostam de falar sobre o assunto, muito menos de uma situação  delicada em que passou. Algumas conseguem responder a algumas perguntas,  mas geralmente se mostram fechadas para tocar em determinados assuntos  dolorosos, só após estabelecerem uma relaçao de maior confiança  conseguem se abrir e chorar, mas tudo depende do caráter da criança e de  sua abertura para falar.
Como a criança se comporta em um processo de adoção? O processo de adaptação com a nova família é difícil?
Cintia- Normalmente  as crianças já desejam a adoção e esperam ansiosas por sua nova  família, família esta idealizada e verbalizada sempre. 
As maiores nem sempre acreditam  que possam ser adotadas, pois dizem que as pessoas só querem adotar  bebês. Ficam desesperançosos, mas outros já são mais otimistas.
Dentro do abrigo há crianças que  demonstram sentir um pouco de revolta e algumas experimentam extrema  ansiedade, mas geralmente sempre estão com um sorriso no rosto,  dispostas abraçar a quem chegar e der um pouco de atenção e carinho.
Muitas vezes são atendidas pelo  psicólogo (perito) da VIJ (Vara da Infância e Juventude) antes ou  acompanhada por psicólogo do abrigo em que está, quando poderá ser feita  uma avaliação psicológica para ser anexada ao futuro processo de  adoção. Acontece tudo tranquilamente na maioria das vezes, pois o desejo  existe e é ele quem faz acontecer a relação de amor e a abertura para  que tudo dê certo.
Poucas crianças apresentam um  comportamento aversivo ao processo de adoção, pois é normal que queiram  uma família a ficar numa instituição.
É claro que quando começa a  convivência antes de ser dada a sentença pode acontecer alguns  desajustes para que ocorram os ajustes, é natural que algumas coisas  aconteçam neste momento de adaptação.
Algumas pessoas, não generalizando, tem preconceito com crianças que  são adotadas “tardiamente” ou seja, com mais de dois anos. Como é  desenvolvimento do psicológico de crianças nessa idade? É possível uma  adaptação ocorrer mais fácil?
Cintia- O  que pode dificultar o estabelecimento de um vínculo não é exatamente a  idade, mas a forma como a criança lida com suas emoções no período de  adaptação, um pouco do temperamento pode influenciar, mas o mais  importante é a forma em que o casal ou adotante solteiro vai lidar com  algumas dificuldades que possam emergir de ambas as partes no período de  adaptação, coisa que é normalíssima, pois estão se conhecendo e  formando uma família, flexibilizando, se habituando. Quanto  mais preparados a acolher as dificuldades e a superá-las desenvolvendo  amor, maiores são as chances de sucesso de uma adoção, seja com uma  criança pequena, grande ou até mesmo com uma criança que venha a  apresentar extrema revolta, todas elas são capazes de mudar neste  período, basta sentir que podem contar de verdade com os adultos e com o  amor que desejam receber, que não há pré-requisitos para serem amadas e  que não serão abandonadas novamente, elas querem crer nesta nova  relação parental, querem não sentir medo de se entregar.
Casais italianos vão para o  Brasil adotar crianças maiores, que já esgotaram todas as possibilidades  de inserção em família brasileiras. Essas adoções têm sucesso mesmo com  crianças acima de 10 anos, porque os casais chegam desejosos e fazem  tudo para que a relação dê certo em um mês de convivência e conhecimento  em um hotel para o estabelecimento de vínculos antes da audiência  final, depois são mais 15 dias, aproximadamente, para a saídas dos  documentos e voltam para a Itália . Já ouvi algumas vezes de casais  chorando: “não teria filho melhor para nós do que esse”, “é como se ele  já fosse nosso a vida toda”.
Devemos desmistificas preconceitos e preparam bem os adotantes, assim nada será dificuldade.
Como é realizado o trabalho de psicólogos, perante a nova família e a criança?
Cintia- Durante  o período de convivência a nova família (adotantes e crianças) é  acompanhada em alguns atendimentos psicológicos para checar a adaptação  de todos à nova realidade. Se conversa com os adotantes, com a criança e  se faz as devidas observações do vínculo que vai se estabelecendo. O  psicólogo faz perguntas e os adotantes podem tirar dúvidas, é um momento  de acolhimento de tudo o que diz respeito àquela nova realidade.
Este momento é muito importante  porque acontece a integração de elementos de sentido e de significação  que caracteriza a organização subjetiva de um âmbito da experiência dos  sujeitos, ação, construção, história, transações e trocas sociais e  cultura como configurações subjetivas da personalidade. É um complexo de  articulações e possibilidades contraditórias e processos de ruptura e  renascimento, tudo deve ser visto com sensibilidade e não com um olhar  determinista, universalista, as coisas acontecem e tudo é bem vindo para  que a relação tome sua própria forma e não uma forma mágica aprendida  em livros de contos de fadas. (SILVA, 2008)
Precisamos investir na ciência,  pesquisa, cultura e informação, usar mais a mídia para fazer o bem e  unir os seres humanos em seu próprio benefício, pois as pessoas ainda  estão alienadas aos processos sociais, econômicos, culturais, políticos e  ideológicos. As pessoas insistem em encaixar as relações numa visão  monolítica, elementar, cartesiana, construto-individualista, onde a  irregularidade e o singular são marginalizados. Ou seja, o pensamento  científico tem sido dominado pelo paradigma da simplicidade, então  devemos investir em pesquisa e estudo, ainda mais se vamos ajudar tantas  crianças a terem uma família. (Rey apud SILVA, 2008)
Referência: Silva,  Cintia L. R. de. Filhos da Esperança: Reflexões sobre família, adoção e  crianças. Monografia do curso de Especialização em Psicologia Conjugal e  Familiar. Faculdade Ruy Barbosa: Salvador, 2008, 58 p.(Por Cintia Liana - Blog Psicologia e Adoção)
FRASE DA SEMANA
 "A relação com os pais adotivos será tão importante para a formação do  caráter quanto o que aconteceu no passado difícil da criança, observo  que até mais, pois estes é que irão conduzir a relação que esta criança  terá com esse passado, a relação com o presente e a auxiliará no seu  futuro." 
(Cintia Liana)
(Cintia Liana)
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
ADOÇÃO HIV, uma possibilidade de amor...
O medo de perder um filho em  pouco tempo ou os cuidados e medicamentos necessários aos soropositivos  faz com que muitas pessoas ignorem a possibilidade da adoção de uma  criança portadora do vírus HIV. Esse medo, porém, impede a vivência de  uma bela lição de vida, como definem os pais que deixaram de lado o  preconceito. 
Não existe um registro exato  sobre os números de adoções de crianças e adolescentes com HIV. Os  poucos casos são lembrados com alegria por profissionais dos abrigos  onde moram os jovens. A promotora de Justiça da 2ª Vara da Infância e  Juventude - Adoção, Marilia Vieira Frederico Abdo, arrisca a estimativa  de menos de 1% de crianças e adolescentes soropositivos adotados. "Elas  não têm chance", lamenta. A promotora conta que, nos cadastros de pais  candidatos à adoção, a opção "criança com HIV" sempre é descartada. 
Órfãos da Aids ou abandonados  pela família biológica ainda recém-nascidos, crianças e adolescentes com  HIV crescem em abrigos que dispõem de estrutura necessária para atender  ao público. A criação de espaços específicos para os soropositivos não  se justifica pelo preconceito ou a preocupação em deixá-los com outras  crianças, mas pela infraestrutura -medicamentos, equipe técnica  preparada e outros- que oferecem. 
Lição de vida
A adoção de crianças com HIV  segue no caminho contrário ao das outras. Enquanto os pais interessados  em adotar se dirigem à vara específica e são apresentados a meninos ou  meninas com o perfil que escolhem, a adoção de soropositivos é fruto de  uma paixão entre atuantes da área e as crianças. 
"Os pais que adotam (crianças  com HIV) são pessoas extremamente especiais. Eu digo que quem adota é  acima da média, que não vai achar dificuldade em nada, não vê  obstáculos", afirma a promotora Marilia. Ela ainda complementa que,  diferente do que esperam aqueles que rejeitam a adoção de crianças com  HIV, a oportunidade de ter uma família contribui para o bem estar dos  jovens. "A carga viral (quantidade do vírus HIV no organismo) baixa  drasticamente quando a criança vai para uma família", comemora. "Ela vive muito bem. Só desenvolve a Aids se tem baixa imunidade. São saudáveis, independente do HIV", complementa Maria Rita, da Apav. 
A coordenadora da Apav acompanha  de perto a melhora que uma família traz às crianças soropositivas. Ela,  que considera as mais de 100 crianças já atendidas pela organização  como sua família, adotou há dez anos um filho soropositivo, experiência  que considera uma "lição de vida". "A adoção nos ensinou a viver, a  enfrentar as dificuldades, não ter medo do futuro. O ser humano é muito  egoísta, quer satisfazer a vontade de exercer a paternidade, não está  preparado para sofrer. Muitos deixam de ser feliz com medo no futuro",  afirma.
Transmissão vertical pode ser evitada
Curitiba - Entre cada 100  gestantes com HIV que não fazem tratamento durante a gestação, 30  crianças nascem infectadas pelo vírus, o que caracteriza a transmissão  vertical. As chances do vírus da mãe passar para o bebê caem para até 2% quando é realizado o acompanhamento durante o pré-natal. 
A transmissão vertical pode  ocorrer em três momentos: durante a gestação, na hora do parto ou na  amamentação. A maior incidência é referente ao momento do parto, 60 a  70% dos casos. O HIV passa de mãe para filho por meio do sangue e  secreções da membrana que protege o feto, rompida nas contrações do  parto normal. Em menor índice, a transmissão ocorre no oitavo mês de  gestação. Além disso, as mães soropositivas não podem amamentar seus  filhos, pois o vírus HIV também é passado aos bebês pelo leite materno. 
A transmissão vertical só é  comprovada quatro meses após o nascimento da criança. O teste que  identifica o HIV é realizado no primeiro mês de vida e repetido após  três meses, quando a criança desenvolve sua própria imunidade. Se o  resultado for negativo no segundo teste, a criança não foi infectada.  Caso o resultado seja positivo nas duas dosagens, a criança possui o  vírus HIV. 
'Cada um tem uma missão'
Curitiba - Para o adolescente  Oliver (nome fictício), ser soropositivo não representa um problema em  sua vida. Aos 17 anos, o jovem diz ter chegado à conclusão de que o  convívio com o HIV é um sinal. "Já pensei que não precisava ter o vírus,  não foi minha culpa, não abusei de nada. Cada um tem uma missão, se  tenho HIV é que tenho que fazer alguma coisa", analisa. 
Ele nasceu com o vírus, passado  de sua mãe pela transmissão vertical. A descoberta aconteceu apenas aos 6  anos de idade, quando a mãe, que não sabia de sua sorologia e, por isso  não fez acompanhamento específico para evitar a transmissão vertical,  passou mal. Um teste verificou a presença do HIV em Oliver e em seu  irmão mais novo, que hoje tem 15 anos. 
De personalidade tranquila,  Oliver está no último ano do ensino médio e faz um curso técnico em  informática. No final do ano, presta vestibular para artes cênicas, para  realizar o sonho de ser ator. Além dos compromissos com os estudos, o  adolescente também se dedica à organização onde vive desde os 9 anos, a  Associação Paranaense Alegreia de Viver (Apav). "Moro aqui, tenho de  tudo e posso fazer algo para compensar isso." 
O jovem mantém contato com a  família, principalmente com a avó, com quem morou até os 6 anos. Mesmo  sem a possibilidade de ser adotado, ele acredita que o receio dos pais  em relação às crianças soropositivas é resultado da desinformação. "Não  que a pessoa seja ignorante, mas não tem conhecimento sobre o assunto e  fica com medo de adotar, até medo de pegar na criança. Isso não  acontece, é só ter cuidado", explica. Para ele, a adoção é uma opção  para ter filhos no futuro, além dos biológicos. Inclusive a adoção de  crianças com HIV. "Você adotaria uma criança soropositiva", pergunto.  "Com certeza", responde Oliver com brilho nos olhos. 
 Fonte: Folha de Londrina 
Autor: Carolina Gabardo Belo
Autor: Carolina Gabardo Belo
PRECISAMOS...

..."aprender muito sobre nós mesmos. Aprender a amar e buscar a paz. Quem melhor poderia representar tudo isso. Senão as crianças com seus corações puros e ingênuos. Ensinando-nos a olhar a vida de outro modo. Mostrando-nos que falta pouco, para compreender este mundo complexo que vivemos. Ensinando-nos também, que mesmo um olhar, um sorriso um pequeno gesto, um piscar de olhos, uma pequena palavra, uma mostra de amor, podem conquistar muito mais do que pensávamos"
sábado, 10 de setembro de 2011
Existe fórmula mágica para lidar com a criança abusada?
Cada caso é um caso e aflora de uma  maneira, o importante na adolescência é falar sobre o que aconteceu. Se  os pais não se sentem bem em tocar no tema sozinhos com a criança,  buscar um profissional que intermedie a conversa. Há varias maneiras de  tratar isso, mas não existe cura interna, o que existe é através da  terapia amenizar as conseqüências que isso pode trazer para toda a vida.  É terapia por toda a vida, pois cada experiência pode despertar  sentimentos com relação ao trauma. E aos poucos a pessoa, adolescente e  adulta vai aprendendo a lidar com essas emoções que parecem ter  desaparecido, mas em verdade podem estar sempre dormindo. Abusos há de  vários tipos e sempre tratá-los como tal, não generalizar e tratá-los  todos da mesma maneira. Crianças muito pequenas que foram abusadas,  geralmente são retraídas ou agressivas se tem certa consciência do  ocorrido. Qdo esse vestígio de consciência não existe nesse momento,  seguramente sairá à frente na adolescência através da conduta, ou ate  mesmo pode chegar a lembrar o que aconteceu qdo era pequena, como uma  espécie de imagem indefinida que busca a emoção do momento e pluft a  coisa explode. O que fazer com a criança ou adolescente no dia a dia,  depende muito de cada caso, e do tipo de abuso. Por exemplo. Existem  crianças que foram abusadas sexualmente e não suportam ser tocadas, ou  beijadas, ou algum tipo de carinho físico...esses casos são bem  especiais pois a aproximação física deve ser muito devagar à medida que a  terapia avançar, a confiança se estabelecer. 
Por isso não existe uma receita para "como tratar uma criança no caso de abuso" pois cada caso é um caso. O que eu diria seria coisas muito gerais: buscar ajuda profissional, não evitar falar sobre o assunto, muito amor, muito carinho, e muita empatia, não ter medo de colocar limites por que a criança tem um trauma, pois isso é cultivar outro problema.
Criança ou adolescente abusado tem uma autoestima baixa, desconfia de todos, e tem uma visão de mundo ruim. É aí que se deve trabalhar, na autoestima e na visão de mundo. A família bem orientada consegue lidar com as situações, e consegue ajudar a criança ou adolescente a conviver e a se fortalecer para lidar com essas feridas que se fecham muito lentamente. Mas é como montar montanha russa, uma hora sobe outra hora desce, e a terapia e a família podem ajudar no processo interno que a pessoa passa para saber lidar com essas emoções. Tempo é o amigo intimo de cada pessoa e a família , mas pode se tornar inimigo se deixar ele passar sem tomar nenhuma atitude para ajudar ao abusado. Pois o que hoje são feridas com possibilidades de fechar-se, amanha podem tornar-se armas para ferir outras pessoas da mesma maneira ou até mesmo pior. Dentro desses dois extremos existe um presente que é determinante para êxito futuro em muitas áreas da vida. No dia a dia é basicamente fortalecer a autoestima da criança ou adolescente, ganhar sua confiança a ponto de poder afrontar o assunto de frente em algum momento. Qdo se pode falar abertamente sobre o que aconteceu, é sinal de que se busca fortalecer internamente ao extremo de maneira certa. O abuso se reflete de varias maneiras: agressividade, apatia, retraimento, ira... atitudes que refletem pouca personalidade, ou seja um adolescente que é convencido facilmente a qq coisa, um adulto complacente demais, inseguro demais, indeciso demais.
Quem tem medo de não saber lidar com a situação tem que investigar dentro de si mesmo por que esse medo, depois que chegar a conclusão bem clara do por que esse medo, então poderá ter uma idéia maior de suas limitações para lidar com certas situações. Às vezes queremos muito alguma coisa, mas essa coisa pode não ser pra nós. Me explico?! E isso não é vergonha pra ninguém. Cada pessoa é uma única, e seria muito chato o mundo se todas fossem iguais. Lembre de sua infância e de como seus cuidadores eram com você, e se vc se sente satisfeita com a segurança que eles te passaram, a educação que eles te deram, se sentiu amada e cuidada saberá como atuar com com qq criança e terá as ferramentas internas necessárias para ajudar a uma criança com traumas. Ter uma fortaleza interna é fundamental para lidar com crianças abusadas. Essa fortaleza vem das interpretações positivas de suas experiências de vida( ate do negativo saber tirar algo positivo), essas são as pessoas que conseguem lidar com crianças com traumas. Mas nem tudo se faz sozinho, e por isso hoje em dia já tem tantas áreas dedicadas à ajuda psicológica. Nem todo psicólogo é apropriado para lidar com certos"problemas" e por isso existe a vocação e as especializações. Fica sempre atenta a quem buscar, que títulos tem, que trajetória tem, que experiência tem. (blog Adoção Tardia)
POESIA: OS OLHOS DO NOSSO FILHO
Os olhos do nosso filho
São ainda de cor incerta
Não sei sequer se existem
Vão ser de Deus uma oferta
Existem na minha alma
Cravados no meu semblante
Os olhos do nosso filho
Que teve nascer errante
Foste esculpido a preceito
Nas entranhas de outro ser
Não vais sorver do meu peito
Este meu longo querer
E nestas voltas da vida
Cuidou-te Deus sem saber
Para que não herdes no sangue
Este meu estéril sofrer
Não vais nascer de mim
De outro ventre virás
Mas filho da minha alma
Tão amado serás!
E nesta triste incerteza
Me pergunto em desalento
Já nascente de alguém?
Ou é Deus que te traz?
Ala dos Reis
Não sei sequer se existem
Vão ser de Deus uma oferta
Existem na minha alma
Cravados no meu semblante
Os olhos do nosso filho
Que teve nascer errante
Foste esculpido a preceito
Nas entranhas de outro ser
Não vais sorver do meu peito
Este meu longo querer
E nestas voltas da vida
Cuidou-te Deus sem saber
Para que não herdes no sangue
Este meu estéril sofrer
Não vais nascer de mim
De outro ventre virás
Mas filho da minha alma
Tão amado serás!
E nesta triste incerteza
Me pergunto em desalento
Já nascente de alguém?
Ou é Deus que te traz?
Ala dos Reis
INDICAÇÃO DE LEITURA
- Histórias de Adoção: as mães
 - Autoras: Ana Amélia Macedo e Solange Diuana
 - Editora: Navona
 
- A revolução do afeto: dez passos para a felicidade
 - Autor: Sávio Bittencourt
 - Editora: Santuário
 
- Manual do pai adotivo
 - Autor: Sávio Bittencourt.
 - Editora: Nota bene
 
- 101 perguntas e respostas sobre Adoção
 - CeCIF(org).São Paulo: CeCI 200
 - E-mail: cecif@uol.com.br
 
- Mitos e segredo sobre a origem da criança na família adotiva
 - Autora: Cynthia Ladvocat
 - Editora:Booklik Terra dos Homens. Rio Janeiro, 200
 
- Retrato em preto e branco. Manual prático para pais solteiros
 - Autor: Ângelo Pereira
 - Editora: Sumus Editorial, 2002
 
- Filhos adotivos pais adotados –Depoimentos e histórias de escolhas
 - Autora: Lídia Weber
 - Onde encontrar:editora@jurua.com.br
 
- Eduque com carinho-equilibrio entre amor e limites
 - Autora: Lídia Weber
 - Editora:juruá, 2005
 - Onde encontrar:editora@jurua.com.br
 
- Amor não tem cor
 - Autora: Giselda Laporta Nicolelois
 - Editora:FTD, 2002
 
ADOÇÃO TARDIA
domingo, 4 de setembro de 2011
A IMPORTÂNCIA DA ADOÇÃO
"Adotar é dar a uma criança ou adolescente a oportunidade de ter um lar, uma família de forma definitiva, com todos os vínculos próprios da filiação, a oportunidade de crescer, crescer para a vida, a adoção deve ser vista como a oportunidade de se ter um filho que se decidiu ter."
É um ato que se faz por vias legais, pelo qual se criam laços  semelhantes à filiação biológica, ou seja, o filho adotivo tem todos os  diretos e deveres que um filho biológico teria,  a adoção não poderá ser  alterada, é irrevogável, é um ato de amor e não um simples contrato,  não é sentimentalismo, nem caridade, razão pela qual deverá ser o  resultado de uma decisão muito bem pensada e madura.
A adoção envolve vocação, vontade de desenvolver a maternidade e a  paternidade intuitiva,  pelo real desejo de ter um filho, reflete o  desejo de construir uma família, por decisão dialogada e refletida. O momento certo da adoção é aquele em que o casal sente que mais  alguém deve compartilhar de suas vidas, quando tudo está bem, quando há  muita paz interior, harmonia, quando o casal está afetiva e efetivamente  unido.
É um erro adotar por mero capricho ou pelo desejo de afirmação  social, erro maior ainda se for pagamento de promessa, por caridade,  para resolver conflitos conjugais, a adoção não é uma fórmula mágica  para tapar buracos.
Há pessoas que acham que a adoção pode substituir a criança que  morreu, “ninguém substitui ninguém”, se houve uma perda de um filho,  melhor será dar um tempo, deixar passar o luto e amadurecer a idéia,  pois a criança que virá ocupar o lugar do filho que partiu, certamente  não será a reprodução do anterior.
Muitas vezes os casais pretendentes à adoção, estão despreparados  para conviver com uma criança, apesar de desejarem com toda a  sinceridade, não sabem como deverão se comportar ou como será o novo  ambiente familiar, a preparação é muito importante para que possam  desempenhar com naturalidade o papel de pais, ajudando a criança a se  desenvolver plenamente.
As pessoas interessadas em requerer a adoção devem fazer uma alta  análise, para que conheçam seguramente a real motivação que as leva a  esse compromisso, conscientizando-se da responsabilidade e complexidade  desse grandioso ato, é extremamente doloroso o arrependimento dos pais e  mais doloroso ainda para a criança, saber que novamente foi indesejada  ou rejeitada, podendo ser devolvida para a instituição...
Muitos casais na expectativa e na ânsia de terem o tão sonhado filho,  não percebem o seu despreparo psicossocial, necessitando de informações  e orientações sobre o relacionamento entre pais e filhos, uma boa  orientação tanto para pretendentes a adoção, como para pais adotivos,  pode ser obtida através de psicólogos, assistentes sociais e grupos de  estudos e apoio a adoção.
A criança deve entrar em um lar sem o compromisso de resolver os  problemas dos adultos, não se deve por em suas costas tamanha  responsabilidade, afinal ela é um ser frágil, em desenvolvimento, que  precisa de proteção e afeto. 
Um filho se adota por amor, os pais adotam e também são adotados por  esse filho, para amá-lo não é preciso que ele saia de seu ventre, nem  que seu esperma e seu óvulo tenham colaborado para que ele viesse ao  mundo, ele não precisa ser gerado dentro das paredes de sua casa para  ser amado, as raízes se formarão na alma humana, tornando-se um amor  incondicional, após algum tempo você sentirá quão grande é esse amor...   
Maristela Lorenzoni – Mãe adotiva - Grupo de Estudos e Apoio à Adoção Semeando Amor - Campos Novos / SC
Adoção: uma medida excepcional e irrevogável

A  adoção é uma medida excepcional (ou seja, incomum) e irrevogável  (depois de realizada, não se pode voltar atrás), que atribui a condição  de filho ao adotado, o qual passa a ter os mesmos direitos e deveres de  um filho, inclusive os sucessórios (transmissão de patrimônio), e  desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes biológicos, salvo  os impedimentos matrimoniais (ECA, Art. 41). 
Em nosso país, a adoção é atualmente regida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal n. 8.069/1990) e pela lei nacional de adoção (Lei Federal n. 12.010/2009).
A adoção vem sendo praticada desde a Antigüidade e  várias foram as formas de entendê-la e de regulamentá-la ao longo da  História. Até bem pouco tempo atrás, a adoção era vista como ato que  interessava principalmente os adotantes, ou seja, visava suprir sua  necessidade de ter um filho, especialmente para aqueles que não podiam  gerá-lo. Pouco se cogitava, até então, se essa medida era a melhor  também para a criança ou adolescente adotado.
Estatuto da Criança e do Adolescente
O Estatuto da Criança e do Adolescente, promulgado  em 1990, inaugurou uma nova forma de pensar a adoção (chamamos de uma  "nova cultura da adoção"). O ECA coloca a criança e adolescente como  sujeitos de direitos, que estão em condições especiais de  desenvolvimento e merecem prioridade absoluta de atenção do governo, da  sociedade e da família. 
Isso quer dizer que a adoção, hoje, deve ser  orientada especialmente pelo interesse da criança e do adolescente, no  sentido de garantir-lhes o direito de crescerem e serem educadas no seio  de uma família. Mas é claro que não se trata agora de pensar apenas no  interesse da criança, pois essa nova cultura concebe a adoção como um  encontro de necessidades, desejos e satisfações mútuas entre adotantes e  adotados (PNCFC, 2006). 
E é justamente para proteger o melhor interesse das  crianças e adolescentes que a adoção é considerada uma medida  excepcional. Isto é, atualmente entende-se que antes de serem adotados,  deve-se tentar todas as alternativas possíveis para que as crianças e  adolescentes possam retornar ao seio de sua família de origem (ECA;  PNCFC, 2006). 
Assim, somente quando a Justiça e o Ministério  Público se convencem de que não é mais viável seu retorno à família de  origem é que se pode encaminhá-los para adoção, o que depende da perda  do poder dos pais biológicos sobre as crianças (chamado de destituição  do poder familiar ou pátrio poder). Esse processo pode parecer  complicado e demorado demais para os interessados em adotar, mas visa  justamente evitar que crianças e adolescentes sejam desligados de seus  pais biológicos por motivos injustos, como, por exemplo, a simples  carência de recursos materiais da família (ECA, Art. 23).
Por outro lado, quando a família de origem  realmente não pode mais ficar com seus filhos, a integração em família  substituta por meio da adoção é a melhor forma de devolver para eles a  convivência familiar e comunitária tão importante ao seu desenvolvimento  sadio. 
É importante lembrar, acima de tudo, que toda  criança e adolescente merece o aconchego de um lar em família, seja de  origem ou substituta, ao invés de permanecer até a idade adulta em  instituições de acolhimento (abrigos), como ainda muito acontece em  nosso país.
Fonte: Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal n. 8.069/1990, de 13 de julho de 1990.
Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária. Brasília: CONANDA, 2006.
Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária. Brasília: CONANDA, 2006.
FRASE DA SEMANA
"A adoção não é uma garantia de felicidade, nem um risco de infelicidade. Ela é uma das formas de abordar a criação de um grupo familiar, no seio do qual ocorrerão os mesmos problemas enfrentados por todos os pais e todos os filhos." (Hubert et Monique Calloud)
VIII ENCONTRO ESTADUAL DE GRUPOS DE APOIO À ADOÇÃO

No primeiro dia, antes mesmo da  abertura oficial, os participantes se reuniram e debateram sobre os temas: Grupos de  Estudos e Apoio à Adoção: Avanços e Perspectivas, Plano Individual de  Atendimento e Cadastros Estadual e Nacionais. 
À noite tivemos um jantar com a participação de autoridades e integrantes dos Grupos de Estudos. O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Trindade dos Santos, fez a abertura oficial onde foi destacado a importância de debater e melhorar o sistema de adoção no Estado.
À noite tivemos um jantar com a participação de autoridades e integrantes dos Grupos de Estudos. O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Trindade dos Santos, fez a abertura oficial onde foi destacado a importância de debater e melhorar o sistema de adoção no Estado.
Na quarta-feira (31), houve a  apresentação dos Grupos de Estudos e Apoio à Adoção de Santa Catarina,  seguido de conferência sobre “Destituição do Poder Familiar:  Responsabilidades e Consequências”. 
Ainda pela manhã, tivemos a mesa  redonda coordenada pela juíza Joana Ribeiro Zimmer, da Vara da Infância e  Juventude de Piçarras, com moderação da juíza Ana Paula Amaro da  Silveira, da Vara da Infância e Juventude de Gaspar. 
Também ouvimos o tema “Preparação para Adoção: Histórias que se cruzam”, coordenada  pela juíza Nayana Scherer, da Vara da Infância e da Juventude de  Araquari.
Após a apresentação das conclusões das oficinas realizadas, houve o encerramento, com a escolha do local e data de realização do próximo  encontro. Será em Balneário Camboriú, no mês de novembro de 2012.

..."A adoção tem se constituído em tema de muitos debates nos últimos anos. Há uma movimentação positiva de setores da sociedade que visam estabelecer uma nova cultura, uma nova forma de "viver" o processo adotivo. É um momento extremamente significativo mesmo porque são muitos os componentes que envolvem o tema, tanto no sentido psicológico quanto no social e jurídico"...
A presidente do GEAAFA, Marli Osaida participou deste Encontro, juntamente com outros membros da diretoria, representando a cidade de São José/SC.
"EU PRECISO SER A MUDANÇA QUE QUERO VER NESSE MUNDO" (GANDHI)
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